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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Poema de Sete Fases


Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
-Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

UMA "MODINHA" COM CULTURA

Não é segredo para ninguém que ultimamente os jovens estão lendo cada vez menos. Porém isso foi de certa forma superado com séries como Harry Potter, Percy Jackson, Jogos Vorazes, entre outras que conquistaram milhares ou talvez milhões de fãs, aqui no Brasil. Mas há algumas semanas atrás o que mais me chamou atenção foram alguns comentários sobre o livro “A culpa é das estrelas” do escritor americano John Green. Os comentários resumidamente diziam que o sucesso da obra era a chamada “modinha” que nada mais é do que um sucesso temporário de alguma coisa por estar satisfazendo um grupo de pessoas.
            Um dos fatos que pode ser o motivo desse comentário é que há alguns meses atrás esta obra estava mais presente na mídia. Outro fator para que este livro tenha sido taxado dessa maneira, é que ele atraiu um público que não se interessava pela leitura antes de conhecer a obra.
            Eu não classificaria esta obra como uma “modinha” pelo fato de que ela continua atraindo fãs, porém em menor número. E continua na mídia, porém não tanto como há algum tempo atrás. E se ela atraiu um público que antes dela não tinha gosto pela leitura ,eu não a criticaria, muito pelo contrário, ela teve o poder de trazer adolescentes para o maravilhoso mundo dos livros.

            Espero que essa crise de novos leitores não dure muito. E que bom seria se a literatura entrasse na moda, por que tudo que os jovens, especialmente os brasileiros, precisam para mergulhar no universo literário é um impulso. Espero que o mercado editorial brasileiro valorize o jovem cada vez mais, porque se quando jovem/adolescente já é difícil tomar gosto pela leitura, depois de adulto é ainda menos provável. Sei que de maneira nenhuma posso generalizar que todo jovem não gosta de ler, mas a maioria que conheço não se interessa pela leitura.

            Imagino que assim como "A culpa é das estrelas", sejam lançadas muitas obras que incentivem o jovem a ler ou a habituar-se à leitura. E as editoras brasileiras estão de parabéns porque a literatura juvenil está sendo cada vez mais valorizada, pena que o público ainda seja escasso.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

LER E ESCREVER



Quem saberia uma fórmula mágica para que os alunos aprendam a gostar de ler e escrever? O aprendizado da leitura e escrita ainda representa para muitos docentes um problema, sobretudo em termos do conteúdo a ser ensinado e o modo como este deve ser ensinado.
Um fator importante é a crença do professor de que o aluno pode aprender independente de sua condição social.

"A criança lê pelos olhos do professor - porque ainda não pode fazer isso sozinha, mas vai se familiarizando com a linguagem escrita". (Patrícia Dias – CEDAC, SP).

Ouvir os alunos é fundamental, assim, podemos um pouco conhecê-los e com isso desafiar suas potencialidades, sua imaginação, levantar sua auto-estima na busca de autoconfiança, não esquecendo que o professor primeiramente deve transmitir essa confiança ao mesmo.
Por vez ou outra, devemos deixar o aluno “à vontade”, o deixar escrever o que ele goste seja dele mesmo, da família, amigos ou da escola, na leitura, porém devemos ter mais cuidado, pois se deve analisar o que irá ler para não ser prejudicial ao seu aprendizado e a sua vida. Podemos crer que em algum momento de sua vida ele irá se interessar pela leitura ou escrita, mas nós educadores e família nunca podemos deixar de incentivá-los, de instruí-los de quão é importante e será para sua formação.
Muitos se perguntam sobre a leitura, “hábito ou gosto?” Deve se criar, incentivar ao hábito para então aos poucos sentir gosto pela leitura “pela viagem”, “pela aventura”, pelas emoções que ela nos dá, com ela conhecer histórias e estórias, palavras que nunca havíamos ouvido ou lido, e palavras essas que são acrescidas ao nosso vocabulário e que certamente lembraremos-nos delas na hora de descrever ou argumentar sobre algo.
Ler encanta e nos leva ao universo do conhecimento humano. A invenção da escrita transformou a vida da humanidade, pois permitiu o diálogo que transcendem o tempo e o espaço. Não há um único caminho para se apropriar da leitura, porém, todos levam a ampliação da experiência humana.
Deu-se ao menino o trabalho de subir a encosta. E quando chegou lá em cima o que viu ele? Nem a sorte nem a morte nem as tábuas do destino, era só uma flor, mas tão caída, tão murcha que o menino se achegou de cansado, e como esse menino era especial de história, achou que tinha que salvar a flor. (A Maior Flor do Mundo – José Saramago).
Quem nunca leu algo tão fascinante e cativante assim? A leitura nos instiga a buscar, a querer mais e mais, ir além. Ler é compreender, saber ler implica sempre em compreensão do conteúdo da escrita.  Ler é bom porque enriquece nossos conhecimentos. Estimula a imaginação, a criatividade e com certeza quem lê escreve melhor.
-Carla Raimondi